Febre das custom: entenda como as motos estradeiras cresceram em vendas no país

Apesar de serem uma parcela modesta do mercado, alta de emplacamentos fez montadoras investirem nesse segmento para atender a um consumidor carente por diversão com segurança. Lançamentos para 2025 já foram anunciados. Royal Enfield Super Meteor 650: 3 pontos positivos e 3 negativos Os levantamentos realizados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em 2024 evidenciam o crescimento em participação de mercado das motos custom, aquelas mais confortáveis ao estilo “Harley-Davidson”. No ano passado, as custom representaram apenas 0,78% do mercado geral de motocicletas entre janeiro e outubro. No mesmo período de 2024, esse percentual subiu para 1,25%, que corresponde a um aumento de 60,2%. Apesar de não ultrapassarem 2% das vendas totais, o segmento das custom é um das que mais ganhou mercado no período destacado. O ritmo de fabricação também vem animado. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), a produção de estradeiras chegou a 1.404 unidades em outubro passado, aumento de 47,3% em comparação com outubro de 2023. O g1 explica a seguir o motivo pelo qual elas têm ganhado espaço. LEIA MAIS LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil até setembro Moto Morini: conheça a marca italiana que chega ao Brasil com investimento de R$ 250 milhões Ducati Scrambler 800: moto de entrada da marca italiana custa R$ 72.990; compensa o investimento? As novas motos de 2024: veja 13 modelos que serão lançados no 2º semestre Royal Enfield Super Meteor 650 é a custom de média cilindrada mais barata do Brasil Divulgação | Royal Enfield Motos seguras e confortáveis A Royal Enfield tem navegado nesse segmento há quase sete anos de maneira isolada com modelos de média cilindrada. Dos oito modelos à venda no Brasil, a marca comercializa quatro custom — que estão entre as cinco mais vendidas da categoria. Com elas, a Royal Enfield alcançou a 7ª posição entre as 10 marcas de motos mais vendidas do país. A opção mais cara, a Super Meteor 650 (que você confere no vídeo do topo desta reportagem), está em falta nas concessionárias. O g1 entrou em contato com lojas espalhadas pelo Brasil, e os revendedores não estão mais aceitando encomendas do modelo de R$ 33.990. Em uma das concessionárias consultadas, havia 578 clientes à espera de uma Super Meteor. A lista de espera pode chegar a seis meses. "A gente não esperava esse sucesso todo. Sabíamos que estávamos entrando em um mercado desassistido de moto cruiser de média cilindrada, mas o que nós imaginávamos vender em um ano, vendemos em três meses", explicou Gabriel Patini, diretor executivo da Royal Enfield para a América Latina. Galerias Relacionadas Para suprir a demanda, a Royal Enfield anunciou em meados de novembro uma nova linha de montagem em sua fábrica de Manaus (AM). E a montadora indiana já afirmou que trará ao menos mais três modelos desta categoria para o Brasil: Shotgun 650 (até março de 2025), Bear 650 e Classic 650. Mas a concorrência já aparece no retrovisor. A Shineray, conhecida pelas motos de cinquenta cilindradas, afirmou com exclusividade para o g1 que trará ao menos três novas custom para o mercado nacional em 2025: Iron, Denver e Titanium, todas com motor de 250 cilindradas. "A gente tem uma área de inteligência que está constantemente analisando o mercado para verificar os produtos disponíveis e as necessidades dos clientes", afirma Wendel Lazko, gerente de expansão da Shineray Brasil. "Ao cruzarmos as informações, entendemos que essa categoria possui um grande potencial para atender esse público, que hoje, é carente desse tipo de motocicleta. E por isso vamos trazer produtos mais acessíveis." Galerias Relacionadas Outra marca que vai apostar nas estradeiras a partir do segundo semestre de 2025 é a Morini que, dentre os três modelos anunciados para o país, confirmou a vinda da custom Calibro 650, que irá rivalizar com as motos de mesma cilindrada da Royal Enfield e com a Kawasaki Eliminator 500. "Observamos que o mercado de motocicletas custom é crescente no Brasil, com lacunas a serem preenchidas para atender um público carente de opções, por isso a Custom Calibro 700cc é uma das primeiras escolhidas para chegar aqui", afirma Gunther Hofstatter, diretor de vendas e pós-vendas da Moto Morini Brasil. O preço mais atrativo, a facilidade de crédito, o custo de manutenção baixo, e a possibilidade de personalização das custom (afinal, custom vem do inglês e quer dizer "personalizada") são pontos positivos desse tipo de moto, afirma Milad Kalume Neto, consultor independente especializado no setor automotivo. "Enquanto um veículo de passeio exige um financiamento com parcelas robustas, sob uma mesma base de entrada e prazo, as motos têm um valor muito menor, possibilitando que o consumidor consiga uma aprovação de crédito mais fácil para motos do que para carros", diz. "As custom, por exemplo, partem de R$ 14 mil, enquanto os carros zero mais baratos possuem preço acima dos R$ 70 mil."

Febre das custom: entenda como as motos estradeiras cresceram em vendas no país

Apesar de serem uma parcela modesta do mercado, alta de emplacamentos fez montadoras investirem nesse segmento para atender a um consumidor carente por diversão com segurança. Lançamentos para 2025 já foram anunciados. Royal Enfield Super Meteor 650: 3 pontos positivos e 3 negativos Os levantamentos realizados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em 2024 evidenciam o crescimento em participação de mercado das motos custom, aquelas mais confortáveis ao estilo “Harley-Davidson”. No ano passado, as custom representaram apenas 0,78% do mercado geral de motocicletas entre janeiro e outubro. No mesmo período de 2024, esse percentual subiu para 1,25%, que corresponde a um aumento de 60,2%. Apesar de não ultrapassarem 2% das vendas totais, o segmento das custom é um das que mais ganhou mercado no período destacado. O ritmo de fabricação também vem animado. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), a produção de estradeiras chegou a 1.404 unidades em outubro passado, aumento de 47,3% em comparação com outubro de 2023. O g1 explica a seguir o motivo pelo qual elas têm ganhado espaço. LEIA MAIS LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil até setembro Moto Morini: conheça a marca italiana que chega ao Brasil com investimento de R$ 250 milhões Ducati Scrambler 800: moto de entrada da marca italiana custa R$ 72.990; compensa o investimento? As novas motos de 2024: veja 13 modelos que serão lançados no 2º semestre Royal Enfield Super Meteor 650 é a custom de média cilindrada mais barata do Brasil Divulgação | Royal Enfield Motos seguras e confortáveis A Royal Enfield tem navegado nesse segmento há quase sete anos de maneira isolada com modelos de média cilindrada. Dos oito modelos à venda no Brasil, a marca comercializa quatro custom — que estão entre as cinco mais vendidas da categoria. Com elas, a Royal Enfield alcançou a 7ª posição entre as 10 marcas de motos mais vendidas do país. A opção mais cara, a Super Meteor 650 (que você confere no vídeo do topo desta reportagem), está em falta nas concessionárias. O g1 entrou em contato com lojas espalhadas pelo Brasil, e os revendedores não estão mais aceitando encomendas do modelo de R$ 33.990. Em uma das concessionárias consultadas, havia 578 clientes à espera de uma Super Meteor. A lista de espera pode chegar a seis meses. "A gente não esperava esse sucesso todo. Sabíamos que estávamos entrando em um mercado desassistido de moto cruiser de média cilindrada, mas o que nós imaginávamos vender em um ano, vendemos em três meses", explicou Gabriel Patini, diretor executivo da Royal Enfield para a América Latina. Galerias Relacionadas Para suprir a demanda, a Royal Enfield anunciou em meados de novembro uma nova linha de montagem em sua fábrica de Manaus (AM). E a montadora indiana já afirmou que trará ao menos mais três modelos desta categoria para o Brasil: Shotgun 650 (até março de 2025), Bear 650 e Classic 650. Mas a concorrência já aparece no retrovisor. A Shineray, conhecida pelas motos de cinquenta cilindradas, afirmou com exclusividade para o g1 que trará ao menos três novas custom para o mercado nacional em 2025: Iron, Denver e Titanium, todas com motor de 250 cilindradas. "A gente tem uma área de inteligência que está constantemente analisando o mercado para verificar os produtos disponíveis e as necessidades dos clientes", afirma Wendel Lazko, gerente de expansão da Shineray Brasil. "Ao cruzarmos as informações, entendemos que essa categoria possui um grande potencial para atender esse público, que hoje, é carente desse tipo de motocicleta. E por isso vamos trazer produtos mais acessíveis." Galerias Relacionadas Outra marca que vai apostar nas estradeiras a partir do segundo semestre de 2025 é a Morini que, dentre os três modelos anunciados para o país, confirmou a vinda da custom Calibro 650, que irá rivalizar com as motos de mesma cilindrada da Royal Enfield e com a Kawasaki Eliminator 500. "Observamos que o mercado de motocicletas custom é crescente no Brasil, com lacunas a serem preenchidas para atender um público carente de opções, por isso a Custom Calibro 700cc é uma das primeiras escolhidas para chegar aqui", afirma Gunther Hofstatter, diretor de vendas e pós-vendas da Moto Morini Brasil. O preço mais atrativo, a facilidade de crédito, o custo de manutenção baixo, e a possibilidade de personalização das custom (afinal, custom vem do inglês e quer dizer "personalizada") são pontos positivos desse tipo de moto, afirma Milad Kalume Neto, consultor independente especializado no setor automotivo. "Enquanto um veículo de passeio exige um financiamento com parcelas robustas, sob uma mesma base de entrada e prazo, as motos têm um valor muito menor, possibilitando que o consumidor consiga uma aprovação de crédito mais fácil para motos do que para carros", diz. "As custom, por exemplo, partem de R$ 14 mil, enquanto os carros zero mais baratos possuem preço acima dos R$ 70 mil." Claro que nem tudo é preço baixo. No topo da cadeia estão os modelos da tradicional Harley-Davidson. A moto mais em conta da Harley por aqui é a Low Rider S, que custa a partir de R$ 116.400 — praticamente o valor de um Volkswagen Polo Comfortline 1.0 turbo (R$ 117.690). Harley-Davison Low Rider S é a custom mais barata da marca norte-americana no Brasil. Preço: R$ 116.400 Divulgação | Harley-Davidson Consumidor carente de custom Nas décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000, a categoria já teve mais representantes no país, inclusive das marcas mais tradicionais, como a Honda Shadow 600 e 750 e Yamaha Virago XV 250, XV 535, XV 750, XV 1100 e Dragstar 650. As outras representantes que já saíram de linha são Suzuki Intruder 125, 250, 800, 1400; Suzuki Marauder 800; Suzuki Boulevard 800, 1500 e 1600; Kawasaki Vulcan 500, 750, 800 900 e 1500, além da Triumph Thunderbird. A Harley-Davidson, talvez a marca que mais aparece no imaginário dos consumidores quando se fala deste tipo de motocicleta, está presente no Brasil, mas com motos acima dos R$ 100 mil. Isso se deve à estratégia da matriz norte-americana, que optou por enxugar o portfólio da marca por aqui e deixou apenas os modelos mais caros. Veja a lista das custom disponíveis no Brasil em 2024 BMW R 12: R$ 89.900 R 18: R$ 154.900 Haojue Chopper Road 150: R$ 14.580 Master Ride 150: R$ 17.618 Harley-Davidson Low Rider S: R$ 116.400 Fat Bob 114: R$ 123.900 Fat Boy 114: R$ 129.000 Breakout 117: R$ 129.900 Heritage Classic: R$ 131.500 Honda Gold Wing: R$ 304.450 Kawasaki Eliminator 500: R$ 44.490 Vulcan 650 S: R$ 52.530 Royal Enfield Hunter 350: R$ 19.990 Classic 350: R$ 22.890 Meteor 350: R$ 23.790 Super Meteor 650: R$ 33.990