Presbiopia ou “vista cansada”, condição surge pelo envelhecimento natural dos olhos.

Presbiopia ou “vista cansada”: Dificuldade em ler letras pequenas e focar em objetos que estão perto são alguns sinais

Presbiopia ou “vista cansada”, condição surge pelo envelhecimento natural dos olhos.

O processo natural de envelhecimento dos olhos leva à condição chamada de presbiopia, ou “vista cansada”. A causa está no cristalino – lente interna, localizada entre a íris e o vítreo –, que perde a elasticidade e o poder de acomodação, com o passar do tempo. Com isso, os músculos ciliares, responsáveis por focalizar as imagens de perto, com nitidez, passam a não cumprir tão bem a função.

 

Como sintomas, o indivíduo pode ter:

 

·         Dificuldade em ler letras pequenas ou focar em objetos próximos;

·         Sente necessidade de uma iluminação mais forte durante a leitura;

·         Fadiga ocular;

·         Visão desfocada;

·         Dor de cabeça.

 

Os sinais são mais comuns a partir dos 40 anos, mas podem vir antes, ou mesmo depois. De acordo com Marcus Safady, membro do conselho da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, há evidências que sugerem que a exposição à luz ultravioleta ocasionaria um envelhecimento precoce do cristalino.

 

“A média de idade em países perto da Linha do Equador, onde há incidência máxima de ultravioleta na Terra, pode chegar a 38 anos. Fora dos trópicos, o início [da presbiopia] é perto dos 48 ou até 50 anos. Provavelmente, o fator que determina esse aparecimento mais precoce é o ultravioleta”, explica. No Brasil, a idade média para o surgimento da condição, segundo o especialista, é aos 43 anos.

 

Safady acrescenta que medicamentos da classe dos ansiolíticos, antidepressivos e anti-histamínicos também podem causar problemas de acomodação precoce do cristalino, por volta dos 30 anos. “É frequente encontrar pacientes fora da faixa etária de início da presbiopia pelo uso dessas drogas.”

 

Medidas de correção

 

A presbiopia não tem cura, mas há como corrigir. A medida mais frequente é o uso de óculos ou da lente de contato multifocal. Procedimentos cirúrgicos e medicamentos não são indicados por falta de evidências científicas, segundo Safady.

 

“A cirurgia existe de maneira experimental, com resultados bastante limitados”, afirma o oftalmologista. “Alguns medicamentos mexem com a profundidade de foco e outros tentam melhorar a flexibilidade do cristalino. Mas são estudos. Nenhum deles se mostrou eficaz o suficiente para adotar no dia a dia”, completa.

 

Presbiopia não é hipermetropia

 

Tanto a presbiopia como a hipermetropia têm como característica a dificuldade de enxergar objetos de perto. Porém, elas se diferenciam pela causa.

 

Enquanto a primeira surge pela perda de acomodação do cristalino com o avanço da idade, a segunda é um problema de visão relacionado à forma do globo ocular — o que faz com que a imagem seja focada atrás da retina.

 

Outro engano comum é achar que doenças oculares causam a presbiopia. Em alguns quadros inflamatórios do olho, o processo de acomodação do cristalino pode até ser afetado. No entanto, não é denominado de presbiopia, cuja única causa é o envelhecimento natural, segundo Safady.

 

Pessoas com diabetes ou esclerose múltipla podem ter alterações na visão, mas não se trata da presbiopia também. “O diabetes muda o índice de refração do olho, e a pessoa pode ficar mais míope e, dependendo do grau original, melhorar ou piorar a visão de perto. No caso da esclerose múltipla, o acometimento neurológico pode mexer com a acomodação. Mas não é considerado uma presbiopia”, esclarece o oftalmologista.

 

(Fonte: Agência Einstein)