Descoberta sobre sistema solar vizinho ao nosso intriga a Ciência

TRAPPIST-1b é um mundo do tamanho da Terra que integra um sistema de sete exoplanetas em torno de uma estrela anã vermelha O post Descoberta sobre sistema solar vizinho ao nosso intriga a Ciência apareceu primeiro em Olhar Digital.

Descoberta sobre sistema solar vizinho ao nosso intriga a Ciência

Um estudo publicado nesta segunda-feira (16) na revista Nature Astronomy revela que o exoplaneta TRAPPIST-1b, localizado a cerca de 40 anos-luz da Terra, pode ter uma atmosfera ou intensa movimentação geológica. As descobertas, feitas com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, desafiam análises anteriores que o classificavam como um mundo rochoso estéril, sem qualquer traço de atividade ou invólucro gasoso.

Os pesquisadores observaram que TRAPPIST-1b apresenta características geológicas intrigantes. Os dados indicam que sua superfície é extremamente jovem, com até mil anos de idade, sugerindo um constante recapeamento magmático. 

Representação artística do exoplaneta Trappist-1 b próximo à estrela anã vermelha Trappist-1. Crédito: Thomas Müller (HdA/MPIA)

“A ideia de um planeta rochoso com uma superfície fortemente desgastada sem atmosfera é inconsistente com a medição atual”, afirmou Jeroen Bouwman, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, em um comunicado. “Essa juventude geológica pode apontar para processos internos como atividade vulcânica ou tectônica”.

TRAPPIST-1b é um mundo mais ou menos do tamanho da Terra que integra um sistema de sete exoplanetas descobertos em 2017 em torno da anã vermelha TRAPPIST-1. Embora mais próximos de sua estrela do que os planetas do Sistema Solar estão do Sol, esses corpos recebem menos radiação, devido à baixa luminosidade das anãs vermelhas. 

Essa particularidade criou expectativas de que alguns desses mundos pudessem ser habitáveis ou servir como laboratórios para o estudo da evolução planetária. TRAPPIST-1b, por estar muito próximo da estrela, é considerado inabitável, mas oferece pistas sobre dinâmicas planetárias complexas.

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Em observações anteriores, James Webb detectou emissões em um comprimento de onda infravermelho de 15 mícrons, associadas à presença de dióxido de carbono, sugerindo inicialmente que o planeta tinha uma superfície nua e estéril. No entanto, novas medições em 12,8 mícrons indicaram variações de temperatura mais compatíveis com uma superfície vulcânica rica em minerais ou com uma atmosfera densa e nebulosa.

Uma das hipóteses levantadas é que a intensa gravidade exercida pela estrela e pelos outros planetas do sistema estique e comprima TRAPPIST-1b, mantendo seu interior aquecido e em constante movimento. 

Diagrama ilustra como a luz da estrela TRAPPIST-1 muda ao longo de uma órbita do planeta TRAPPIST-1b. Crédito: Elsa Ducrot (CEA)/MPIA

Outra possibilidade é que o planeta tenha uma atmosfera rica em dióxido de carbono com um fenômeno de inversão térmica, onde a névoa atmosférica emite luz infravermelha em vez de absorvê-la, algo já observado em corpos como Titã, a maior lua de Saturno. “É fascinante pensar que podemos estar observando um tipo de atmosfera que nunca vimos antes”, comentou Michiel Min, do Instituto Holandês de Pesquisa Espacial, membro da equipe de pesquisa.

Apesar das novas descobertas, os autores do estudo destacam que mais análises são necessárias para compreender a natureza do exoplaneta TRAPPIST-1b.

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